“O meio é a mensagem.” (Marshall McLuhan, filósofo canadense-pai da comunicação social)

O uso correto das palavras é a base do fortalecimento das relações humanas. Palavras podem construir ou destruir amizades, relacionamentos e negócios.

A sociedade atual é absolutamente dependente da comunicação. É incontestável que investimos uma parcela altamente significativa do nosso tempo ativo tentando nos comunicar, seja ouvindo, falando, lendo e escrevendo. No ambiente profissional, passamos a maior parte do dia recebendo e transmitindo informações; gerenciando grupos; negociando, expondo ou vendendo ideias. A competência na comunicação tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo de hoje e uma poderosa alavanca para o desenvolvimento profissional e pessoal.

Todo ser humano é capaz de se comunicar, mas nem todos conseguem comunicar-se bem. Nestes tempos de quarentena do novo Coronavirus, além de muita leitura, estou praticando o hábito de ler, refletir e escrever sobre diversos assuntos. A minha imaginação viaja por vários lugares e comportamentos.

Neste momento, minha imaginação está em Berna, capital da Suíça, cidade que tive a oportunidade de visitar em dois momentos, em 2010 e 2019. Lá conheci a casa de Albert Einstein (1879-1955), local onde ele viveu no período de 1902 a 1909, quando criou a Teoria da Relatividade. Entre muitas frases e pensamento que ele deixou, merecem destaque:

— A imaginação é mais importante que o conhecimento.

— Uma pessoa que nunca cometeu um erro nunca experimentou nada novo.

Refletindo as palavras do gênio, penso que a leitura amplia nossa imaginação, bem como contribui para aprender e melhorar a comunicação com nossa família, amigos e clientes.

Sempre gostei da leitura desde muito jovem. Nesta época, sem internet e televisão, eu lia o significado das palavras no dicionário e observava que a forma como as palavras são escritas ou faladas faz toda a diferença. A escolha das palavras tem uma importância muito grande nos nossos relacionamentos e nas mensagens que queremos transmitir.

O romance Dom Casmurro, do autor brasileiro Machado de Assis (1839–1908), foi o primeiro livro de literatura que tive a oportunidade de ler. Machado tem uma frase genial que, novamente, me faz refletir sobre o assunto:

— Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra e assim se faz um livro …

A biblioteca mais antiga do mundo, a Bíblia, no livro de Mateus (12, 33) apresenta outra frase que fala da importância das palavras que saem de nossa boca:

— A bondade se revela pela boca, porque pelo fruto se conhece a árvore.

Sabemos que as árvores são conhecidas pelos frutos que dão. Também as pessoas são conhecidas por suas palavras e ações.

Hoje, estamos vivendo uma época de muita fala e pouca escuta, por isso as palavras trazem um significado ainda maior. Em tempos de pandemia, nossa comunicação pela internet, através das redes sociais, ganhou uma importância ainda maior. Este é um espaço que oferece milhões de oportunidades e possibilidades para se propagar coisas boas. Contudo, infelizmente, esse ambiente virtual tem sido usado, muitas vezes, para falar mal, agredir e caluniar. O que temos visto é que atrás de um suposto anonimato, pessoas se xingam, maltratam-se, dizem coisas horríveis umas às outras. Passam a se odiar, sem sequer se conhecerem.

Assim como as palavras podem gerar vida, solidariedade, comunhão, alegria, felicidade, se mal usadas, podem ferir, dividir, promover exclusão e até mesmo matar.

Talvez, devêssemos aproveitar esse período de confinamento e fazer um balanço também das palavras que viemos usando nos últimos tempos, e devêssemos usar mais palavras que unissem as pessoas nas comunidades em prol do progresso e do bem comum. Assim, poderíamos dar nossa contribuição para tornar o mundo mais humano. Por que não definir que, a partir de agora, fica proibido falar mal das pessoas? Seriam proibidas palavras que ferem sentimentos, que machucam, que agridem e, especialmente, palavras que  geram mentiras.

Acredito que o mundo está precisando da construção de mais pontes e não a construção de muros. As pontes ligam duas margens, dois lados diferentes. Os muros separam e isolam as pessoas.

Sabemos que o relacionamento humano não é uma tarefa fácil. Nascemos diferentes e pensamos diferentes sobre vários assuntos e temas. Mas precisamos aprender a ter RESPEITO e EQUILÍBRIO. Essas duas palavras podem ajudar muito o relacionamento da sociedade.

Penso que depois que tudo isso acabar, nossa sociedade terá aprendido muito sobre o que deveria ser uma convivência social saudável.

Que Deus nos ajude a continuar a caminhar juntos em um mundo mais humano, fortalecendo nossa esperança em dias melhores com saúde e união!

 

Zenar Eckert é Consultor Financeiro e Executivo da Plena Projetos de Vida