“A maioria das pessoas não planeja fracassar, mas fracassa por não planejar” (Beckley)

Em tempos de pandemia do Coronavírus, esse é um bom momento para pensar e refletir em nosso projeto de vida. Todos deveriam ter um projeto para dar sentido e significado à sua existência e, assim, poder viver com mais qualidade. Hoje, temos uma grande maioria das pessoas que não tem um objetivo principal bem definido em suas vidas. Não tem planejamento. Não se ter um objetivo para conquistar e nem mesmo uma razão essencial na vida poderá levar a problemas modernos da sociedade atual como: ansiedade, depressão, dificuldades de decisão e medo.

A história mostra que o planejamento é o melhor remédio para imprevistos e momentos de crise financeira. Um dos primeiros ensinamentos sobre o assunto, que se tem conhecimento, aparece na Bíblia em Genesis (41, 25-36), e fala da metáfora das sete vacas gordas e das sete vacas magras, lição de economia que revoluciona a ordem social: não consumir toda a colheita, prever as ameaças do futuro e levá-las em conta. O ensinamento de 1600 anos A.C. ensina que é preciso poupar, pois imprevistos acontecem na vida e é preciso estar preparado.

Lembro como se fosse hoje o bate papo que tive muitas vezes com o Dr. Mario, meu cliente nos tempos que fui bancário. Ele era médico, mas foi também um grande consultor financeiro. No final do expediente ficávamos conversando e filosofando sobre a vida. Ele dizia:

— O sucesso está na nossa mão. Precisamos investir em apenas cinco dimensões de nossa vida, que necessitam ser trabalhadas com muito equilíbrio e harmonia:

1) Intelectual – nossa formação, nosso conhecimento. Precisamos ser bons naquilo que fazemos;

2) Emocional – relacionamento com nossa família, amigos e clientes;

3) Material – saber administrar nosso dinheiro, pois ele é a energia que move tudo que precisamos na vida. É importante saber distinguir aquilo que é DESEJO do que é NECESSIDADE. Priorizar nossos gastos com nossas necessidades. Em algumas situações muito especiais atender também um desejo, desde que nosso saldo bancário permita;

4) Físico – cuidar da nossa saúde. Muitas vezes perdemos nossa saúde para ganhar dinheiro e depois gastamos nosso dinheiro para tentar recuperar nossa saúde;

5) Espiritual – aquilo que traz a paz interior. É o alimento de nossa alma e o significado de nossa vida.

Com esses ensinamentos, Dr. Mario respondeu uma dúvida que eu tinha quando jovem. Aos 13 anos de idade, meu pai me deu um dicionário que li por completo  naquela época, mais de uma vez.  Eu lia palavra por palavra e seu significado. Eu sempre tinha uma pergunta:  qual será a palavra mais importante?

Nas conversas com o Dr. Mario eu tive a resposta.  A palavra é EQUILIBRIO. Temos que ter equilíbrio para ter sucesso na vida. Esse aprendizado eu levo hoje aos meus clientes e amigos.

O Dr. Paul Tournier, médico suíço e autor do livro “É preciso Saber Envelhecer”, diz que há, sem dúvida alguma, dois momentos fundamentais na vida: a passagem da infância para a idade adulta e a passagem da idade adulta para a velhice. No primeiro momento é uma promoção à maturidade; a segunda fase é a ponte para uma nova expansão. Ele diz:

— A lei da vida é andar sempre adiante, entender que não envelhecer é tão estúpido quanto não sair da infância.

Duas perguntas ao Dr. Paul:

— Quando começamos a envelhecer ou quando devo pensar nisso?

A resposta é:

— O mais cedo possível. E, melhor! É possível aprender a envelhecer.

Outro livro importante com muitas dicas e informações para chegar à velhice com qualidade de vida é de autoria do Dr. Edmond Saab Junior: “Os segredos da Longevidade”. Um verdadeiro manual para ser saudável e viver mais por meio da alimentação, da medicina preventiva e do equilibro do seu organismo.

Neste período de quarentena, acabei de ler o livro “Dinheiro e Vida” de Joe Dominguez e Vicki Robin. Um analista financeiro bem sucedido de Wall Street e sua esposa se aposentaram ainda muito jovens. Desistiram de carreiras bem sucedidas e estressantes para ter uma vida mais cheia de significado e propósito. Um de seus ensinamentos é ajudar as pessoas a reorganizarem as suas prioridades materiais e a viverem com bem menos. Desacelerar o hábito de trabalhar-gastar.

Para concluir penso que a vida profissional perfeita teria que oferecer uma quantidade suficiente de desafios para ser interessante. Trabalho suficiente para que as pessoas se sentissem necessárias, e dinheiro suficiente para pagar as contas e um pouco mais. Para resumir pensei no conselho e na frase de CONFÚCIO, filósofo chinês que viveu a 500 anos A.C.:

Quem gosta do que faz não precisa trabalhar. Não está trabalhando e sim se divertindo e ainda ganha dinheiro.

Finalizando, podemos afirmar que a busca do equilíbrio entre trabalho, vida e dinheiro possibilitará termos sucesso e envelhecer com qualidade de vida.

 

Zenar Eckert é Consultor Financeiro e Executivo da Plena Projetos de Vida