“Deus disse: Não é bom que o homem viva sozinho. Vou fazer para ele alguém que o ajude como se fosse a sua outra metade”. (Gênesis, 2:18)
Uma das principais decisões do projeto de vida de qualquer pessoa é o casamento. Não nascemos para ficar sozinhos. Temos que buscar e encontrar a outra cara metade para viver e compartilhar a vida a dois. Isso é natural e também a coisa mais importante e linda da existência humana. É o momento em que nasce o amor, a paixão e por consequência o casamento.
Duas pessoas diferentes que, muitas vezes, nem se conheciam. Pessoas naturalmente com temperamentos, educação, costumes e culturas diferentes. E que agora decidem se casar e ter uma vida juntos. O que realmente essas pessoas têm em comum é o AMOR. Será que isso somente basta para serem felizes? Acredito que o AMOR é fundamental, é o alicerce de uma vida a dois.
— O amor é paciente e bondoso. O amor não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso. O amor não é grosseiro, nem egoísta. Não se irrita, nem fica magoado. O amor nunca desanima, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência” — Coríntios, 13:4.
Antes de casar, é preciso estar disposto a tolerar as diferenças que irão aparecer na convivência do dia a dia. Aprender e crescer juntos com as falhas e os erros de ambas as partes. Antes de casar, é preciso saber que a COMUNICAÇÃO é fundamental para a sintonia do casal. Muitos pensam que viver sob o mesmo teto com uma certidão de casamento e uma conta conjunta seja a garantia para um relacionamento feliz e duradouro. Se o casal não possuir um sistema eficiente de comunicação, seu relacionamento não terá a chance de durar a vida toda. Mesmo que sejam milionários e a escassez de dinheiro não venha a ser um problema, o excesso de capital não será a solução para nada quando faltar o diálogo.
A comunicação – verbal ou não – é o elemento mais importante de qualquer relacionamento, especialmente entre marido e mulher. Palavras, gestos, expressões faciais, modulações de voz e contato físico formam a parceria que unirá o casal.
O pré-casamento já serve como um teste para o casal avaliar a sua habilidade de comunicação, afinal, antes de casar, é preciso fazer o planejamento financeiro e organizar todos os detalhes para a realização da cerimônia dos sonhos, como, por exemplo, definir:
– a data do casamento e a lista dos convidados;
– se será na igreja ou apenas no civil;
– quem acompanhará a noiva e o noivo na cerimônia;
– como será a festa do casamento;
– onde será a noite de núpcias e a lua-de-mel;
– onde será o lar doce lar (lugar onde os noivos irão morar);
– detalhes do dia dos sonhos: o casamento.
Outra questão muito importante que deverá ser definida antes de se casar é o regime de comunhão de bens que os noivos irão optar. Será necessário, ainda, falar sobre o orçamento financeiro doméstico. Por mais romântico que isso possa parecer, o seu relacionamento financeiro com o seu cônjuge não é nem um pouco diferente de uma parceria nos negócios. Quando se trata de dinheiro, o casal precisa adotar uma visão gerencial para que possa sobreviver a longa jornada da vida.
Existem três regimes de casamentos no código civil brasileiro e será necessário escolher entre um deles:
1- Comunhão Parcial de Bens – é o regime adotado pela maioria dos casamentos no Brasil. Todo o patrimônio, bens móveis e imóveis adquiridos após o casamento são do casal na mesma proporção.
2- Comunhão Universal de Bens – será necessário fazer um pacto antinupcial e todos os bens adquiridos, não importando se foram adquiridos antes ou depois do casamento, integrarão de forma única o patrimônio comum do casal. Inclusive os bens recebidos através de doação ou herança.
3- Separação Total de Bens – será necessário também um pacto antinupcial. Esse regime é caraterizado pela ausência de bens comuns ao casal, exceto se forem adquiridos efetivamente em conjunto. Por exemplo, se um dos cônjuges comprar um imóvel, ele pertencerá exclusivamente ao adquirente. Somente pertenceria em comum ao casal se a aquisição fosse em conjunto. Estabelecido contratualmente como compradores ambos os cônjuges.
Para a pessoa que tem 70 anos ou mais, o regime de Separação Total de Bens é obrigatório.
E por último, antes de casar, é preciso falar sobre espiritualidade. Falar sobre esse assunto não se trata de religião. Religião é simplesmente a maneira como você escolhe ser espiritual. Os parceiros podem ter fé distinta que permita a liberdade de praticar suas preferências religiosas. Mas é muito importante ter um espaço para a espiritualidade no relacionamento do casal. Se estiverem juntos nesta área será melhor. Caso contrário, será preciso respeitar a individualidade de cada um.
Para finalizar, quero deixar a dica de leitura “DIAGNÓSTICO: CASADOS”, obra da autora americana Kathy Dawson. Em seu livro, ela diz:
— Um casal pode viver uma vida inteira sem espiritualidade em seu relacionamento. Podem criar filhos, tirar férias, economizar para aposentadoria e, quando tudo tiver dito e feito, ficarem orgulhosos de terem ficado juntos por 50 anos. Entretanto, quando olharem para trás, pode ser que se peguem dizendo: “Mas ficou faltando alguma coisa… alguma coisa que poderia ter ajudado nosso relacionamento a ser mais profundo, mais rico e significativo”. Esta “alguma coisa” era Deus.
Zenar Eckert é Consultor Financeiro e Executivo da Plena Projetos de Vida