Dia Internacional da Democracia
“O amor da democracia é a igualdade”(Montesquieu, filósofo, 1689-1755)
Para celebrar o Dia Internacional da Democracia decidi pesquisar e escrever sobre este assunto tão importante para a vida em sociedade. De uma forma resumida, podemos dizer que a Democracia é “um Governo onde o povo exerce a soberania, através de um sistema político em que os cidadãos elegem os seus dirigentes por meio de eleições periódicas”.
Existem muitas frases sobre o conceito de Democracia, uma delas foi dita pelo então primeiro ministro da Inglaterra Winston Churchill “Uma democracia é o pior dos regimes políticos, mas não há nenhum sistema melhor que ela”. Quando Churchill falou isso, ele estava se referindo à democracia como regime político. A democracia pode e deve ser aplicada também em nosso cotidiano em outras áreas, como na família, no mundo do trabalho e na vida em comunidade.
A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou, em 2007, o dia 15 de setembro como o Dia Internacional da Democracia. O objetivo da criação deste dia é promover a democratização e a observação dos direitos e liberdades do homem. Nesta data, é feito um convite às nações e às organizações para que realizem iniciativas que promovam os valores universais da democracia junto das populações.
Mas, o que é de fato a democracia? Sabemos que apalavra “democracia” nasceu na Grécia, especificamente na cidade-Estado de Atenas, no período clássico, sendo composta pelos radicais “demos” e “kratos”, que significam, respectivamente, “povo” e “governo”. Em linhas gerais, a democracia é definida, desde a antiga Grécia, como “governo do povo” ou “governo popular”, em contraposição a outras formas de governo, que também remontam à Idade Antiga, como a aristocracia, a monarquia, a oligarquia, entre outros. Entretanto, quando pensamos em democracia no mundo atual, algumas adequações devem ser feitas.
A democracia moderna, tal como a concebemos hoje, é pautada em ordenamentos jurídicos e instituições políticas sólidas, e devem ser representadas pelos três poderes: Executivo, Judiciário e Legislativo.
Para ser considerado efetivamente um país democrático, ele deve, entre outras coisas, defender e preservar:
- liberdade de expressão e de imprensa;
- possibilidade de voto e elegibilidade política;
- liberdade de associação política;
- acesso à informação;
- eleições idôneas.
Com o objetivo de examinar o estado da democracia em 167 países, visando comparar as nações consideradas mais democráticas com as menos democráticas, a revista The Economist criou o Índice de Democracia. Para a construção desse índice, a revista se concentrou em cinco categorias gerais de análise:
- processo eleitoral e pluralismo;
- liberdades civis;
- funcionamento do governo;
- participação política;
- cultura política.
No link https://infographics.economist.com/2020/democracy-index-2019/ é possível visualizar em que posição cada um dos 167 países se encontra, de acordo com o índice da revista.
Ao ponderar sobre o tema, lembro-me, como se fosse hoje, de uma viagem de estudos que fiz para Santiago do Chile, em 1998. Lá, tive a oportunidade de visitar o escritório da Organização dos Estados Americanos (OEA), vinculada à ONU, onde eu e meus colegas fomos apresentados aos propósitos da instituição que luta pela preservação da democracia e dos direitos humanos, com destaque para a promoção e consolidação da democracia representativa, respeitando o princípio da não-intervenção.
Em 2016, também tive a oportunidade de visitar outro espaço fantástico para o aperfeiçoamento de conhecimentos sobre o assunto. Estou falando do Museu de Direitos Humanos na cidade de Winnipeg, no Canadá. Uma obra que custou 351 milhões de dólares canadenses que recebe mais de 350 mil visitantes de todo o mundo por ano. O projeto está vinculado com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que cuida dos direitos humanos básicos, adotado pela ONU em 10 de dezembro de 1948, Declaração esta que foi esboçada principalmente pelo canadense John Peters Humphrey.
O aprendizado que fica é que a democracia não deve ser usada somente na política, mas na vida comunitária, nas relações familiares e nos vínculos profissionais. Na família, ela contribui na qualidade das relações entre os seus membros. Na esfera profissional, uma liderança democrática beneficia o ambiente de trabalho, podendo trazer muitos benefícios, pois o líder participa do processo de decisão ao lado dos liderados, em um sistema participativo que estimula a ação de todos os envolvidos. Esse processo consequentemente irá trazer melhorias na integração entre todos os colaboradores e no clima organizacional da empresa/instituição. A valorização de opiniões diferentes amplia o trabalho em equipe com ganhos de motivação.
Para celebrar o Dia Internacional da Democracia sugiro
- aproveitar a data para falar com seus filhos, amigos ou vizinhos sobre o assunto e expressar o seu entendimento;
- visitar o parlamento, seja municipal, seja estadual, seja federal;
- mandar uma mensagem, ligar e falar com um parlamentar deputado ou vereador;
- fazer contato com o candidato que você votou na última eleição.
Você ainda lembra em quem você votou? Afinal, eles são nossa voz e nossos representantes lá no parlamento. Acompanhar e saber os seus projetos e votações é nossa obrigação. Isto é exercer nossa cidadania que vai muito além do nosso voto.
Zenar Eckert é Consultor Financeiro e Executivo da Plena Projetos de Vida