“Juros compostos são a oitava maravilha do mundo, aquele que o entende, ganha, quem não entende, paga.” (Albert Einstein)
Nós temos em nosso país uma das mais altas taxas de juros do mundo. As famílias brasileiras são em sua grande maioria pagadoras de juros. De cada cinco brasileiros, quatro são pagadores de juros, ou seja, mais de 80% da população, e apenas 20% aproximadamente da população são recebedores de juros. Uma das principais causas dessa situação é a inexistência de educação financeira, falta de planejamento e compras por impulso. Principalmente pelo descontrole dos cartões de crédito e gastos no limite do cheque especial.
É muito importante prestar atenção nas taxas de juros. Tanto no momento que estamos contratando um financiamento, assim como também, no momento que estamos fazendo uma aplicação financeira. Às vezes, pequenas diferenças no percentual fazem muita diferença no longo prazo, quando se trata de juros compostos.
Mas como as taxas de juros são definidas? Os juros da praça nas diferentes modalidades de financiamento cobradas pelas instituições financeiras são formados partindo-se da taxa básica de juros, TAXA SELIC estabelecida pelo Banco Central, através do Comitê de Política Monetária (COPOM) que se reúne a cada 45 dias. A TAXA SELIC é aquela que o Governo paga aos investidores para captar recursos para fazer frente às suas necessidades de caixa e financiar a rolagem de suas dívidas. Também é utilizado pelo Banco Central como um dos instrumentos da Política Econômica, através da política monetária, enxugando a liquidez do mercado, vendendo títulos públicos ou injetando dinheiro na economia quando compra os títulos públicos.
Portanto, o juro bancário é formado basicamente pelo custo de captação dos bancos na compra de CDB/RDB, o qual utiliza a TAXA SELIC como balizador, acrescido o custo administrativo, inadimplência, tributação e lucro da instituição bancária
O Banco Central divulgou recentemente estudo da formação da taxa de juros da praça (mercado) no qual se constata que na média as despesas administrativas representam 20% do ‘SPRED”, a inadimplência 19%, a tributação (impostos) 30% e o lucro da instituição bancária 31%. Sendo que a soma desses percentuais representam 100% da taxa de juros final cobrado pelos bancos.
Com essas taxas de juros elevadas a inadimplência também é elevada. Portanto, o que os bancos estão fazendo é compensar o prejuízo com a inadimplência, aumentando as taxas de juros dos adimplentes. Com mais taxas de juros, aumentam a inadimplência e, consequentemente os juros da praça sobre os sobreviventes. Poderíamos então fazer a seguinte pergunta:
— Por que os juros não baixam?
A resposta seria:
Porque a inadimplência não baixa.
Então, faríamos a segunda pergunta:
— Porque a inadimplência não baixa?
A justificativa seria:
— Porque a taxa de juros não baixa.
Para acabar com esse impasse o Governo Federal criou uma política de redução da inadimplência e do endividamento da população brasileira e criou o Programa Desenrola Brasil para ajudar os quase 70 milhões de brasileiros com nome negativados a saírem das dívidas através de renegociação de empréstimos/dívidas. Mais informações no link https://desenrola.gov.br/home
Para que no futuro as novas operações de crédito sejam mais prudentes e conscientes, outra política importante criada pelo Governo Federal é um estimulo para uma melhor educação financeira. Conheça um desses programas no link a seguir https://www.escolavirtual.gov.br/conheca-a-escola.
Zenar Eckert é Consultor Financeiro e Executivo da Plena Projetos de Vida